quarta-feira, 28 de maio de 2008
Sonho de uma noite de verão - Roteiro
***
Capítulo 1.
TESEU - Depressa, bela Hipólita, a hora de nosso casamento se aproxima. Um dia feliz nos trarão uma outra lua. Mas para mim, como esse dia passam devagar! Atrasando meus desejos...
HIPÓLITA - Esse tempo irá passar rapidamente; essa noite chegara antes que percebas, creio, fazendo o tempo despedaçar-se como em sonhos. E então a lua que, como um arco prateado, curvará aos céus e verá a majestosa noite de nosso casamento.
[Entra Egeu, Demétrio, Lisandro e Hérmia]
(Todo mundo diz oi um pro outro, Teseu apresenta a noiva pra eles)
TESEU - Diga-me, Egeu, houve algum problema?
EGEU - Meu caro senhor, desculpe-me incomodá-lo às vesperas do seu casamento. Mas, como o senho é um justo e honesto juiz, vim fazer-lhe queixa de minha filha Hérmia, que aqui está. Esse homem, Demétrio, tem minha permissão para se casar com ela. Acontece porém que esse outro, Lisandro, enfeitiçou seu coração com versos de amor e serenatas ao luar... Entre tantas outras artimanhas... Ou minha filha se casa com Demétrio, ou eu a entrego à morte...
TESEU - Hérmia, que repondeis? Seja prudente, bela menina. Como a um deus deve ver seu pai, pois é apenas a cera a que ele conferiu a forma, restando-lhe o poder de conservá-la, ou de morrer...
HÉRMIA - Perdão, senhor. Não quero parecer atrevida, mas amo Lisandro e ele é tão digno cavalheiro quanto Demétrio...O senhor não acha que só devemos nos casar quando existe amor? Gostaria de saber exatamente qual será meu destino, se eu não quizer me casar com o noivo que meu pai escolheu...
TESEU - A lei é dura, minha cara: perder a vida, ou retirar-se para sempre ao templo de Diana, a deusa da caça. É melhor, portanto, pensar com calma. Pense bem! Na próxima lua nova, pouco antes do meu casamento, você deverá estar preparada para morrer, casar-se com Demétrio, ou jurar, perante o altar de Diana, dedicar-se a ela numa vida solitária!
HÉRMIA - Não importa... Prefiro viver sozinha a casar com alguém pelo qual eu não sinto nada.
DEMÉTRIO - Peço que concorde Hérmia. E Lisandro, retire-se por favor, meu caro. É indiscutível tentar apanhar algo meu por direito.
LISANDRO - Se pai de Hérmia ama tanto Demétrio, que case-se com ele. Deixe-a para mim, oras.
EGEU - Lisandro zombador. Hérmia é minha filha, digo que ela se casará com Demétrio.
LISANDRO - Olhe, Demétrio, você pode ser o proferido do pai de Hérmia, mas é a mim que ela ama. Senhor Egeu, sou um homem honesto, tendo minhas posses e sou preferido de sua filha. Sempre a amei. Demétrio, ao contrário, esteve interessado em outra moça, Helena, filha de Nedar. Chegou a declarar-se a ela, consquistou seu coração e, depois que Helena se apaixonou perdidamente por ele, não sei por que apareceu com essa idéia de se casar com Hérmia, mesmo sabendo que ela sempre gostou de mim...
[Teseu sai conversando com Egeu, Demétrio e Hipólita]
[Hérmia e Lisandro ficam sozinhos no salão do palácio]
(Hérmia e Lisandro marcam um encontro para o mesmo dia, na praça perto da casa de Egeu)
Capítulo 2.
[Entram Hérmia (abalada, chorando) e Lisandro]
LISANDRO - Que é isso, meu amor? Por que está tão pálida? Como foi que murcharam tão de repente aquelas lindas rosinhas que vivem em seu rosto?
HÉRMIA - Talvez tenham morrido por falta de chuva...Mas eu poderia inundá-las com a tempestade de meus olhos...
LISANDRO - É mesmo assim...O verdadeiro amor sempre encontra uma porção de dificuldades pelo caminho. Escute, Hérmia, eu tenho uma tia, viúva, rica, sem filhos, que gosta de mim como se eu fosse seu único filho. Tenho certeza de que ela faria tudo para me ajudar. Ela mora a umas sete léguas de Atenas, e as leis daqui já não têm mais valor nesse lugar. Podemos nos casar lá. Se você me ama mesmo, fuja amanhã à noite da casa de seu pai e vá se encontrar comigo naquele bosque, aqui perto de Atenas.
HÉRMIA - Onde?
LISANDRO - No mesmo lugar onde encontrei você uma vez com Helena, lembra-se? Estarei lá esperando por você, minha querida!
HÉRMIA - Oh, Lisandro, meu amor, eu irei sem falta!
[Entra Helena, ainda mais abalada]
HÉRMIA - Bom dia, Helena! Você está sempre bonita!
HELENA - Bonita? Bonita é você, que é amada por Demétrio... Ele sempre diz que seus olhos brilham como estrelas e que o doce som de sua voz tem mais música do que o canto da cotovia... Ah, como te invejo... Se beleza fosse contagiosa, você passaria sua graça a mim... E então o mundo seria meu! Por favor, ensine-me o segredo para chegar ao coração de Demétrio...
HÉRMIA - Honestamente, não sei. Faço cara feia e, mesmo assim, ele diz que me ama.
HELENA - Ah, se essa cara feia pudesse ensinar seus truques a meu sorriso...
HÉRMIA - Eu o insulto e ele continua dizendo que me ama...
HELENA - Ah, se minhas súplicas o comovessem assim...
(Hérmia e Lisandro contam o plano de sua fuga, com detalhes, Helena promete que não vai contar.)
[Hérmia e Lisandro voltam para casa, Helena fica sozinha, pensando.]
HELENA - Espere... Se eu contar da fuga para Demétrio... Ele deixará de amar Hérmia, e passará a amar a mim... Tomei minha decisão...
Capitulo 3.
[Entram Quince, Snug, Bottom, Flauta, Snout e Starveling]
QUINCE - Bem, acho que agora já chegaram todos. Vou chamar um por um para ver se está faltando alguém.
BOTTOM - Não é melhor contar primeiro como vai ser a peça? Assim a gente já fica sabendo do enredo... Depois é só dizer os nomes dos atores...
QUINCE - Muito bem, a peça é: "A mais lamentável comédia e a mais cruel morte de Píramo e Tisbe."
BOTTOM - Uma obra-prima, garanto que todos vão adorar. Diga logo quem eu vou fazer e depois chame os outros. VAMOS!
QUINCE - Você vai ter o papel principal, o de Píramo.
BOTTOM - E quem é esse? Um tirano ou um amante?
QUINCE - É um amante que se mata por amor.
BOTTOM - Ah! Então eu vou chorar para que o papel fique bem real. Vou provocar uma tempestade na platéia! Todo mundo vai chorar. Se bem que eu queria ser do mal...
QUINCE - Flauta...Você vai ser Tisbe, a dama que Píramo deve amar.
FLAUTA - Eu não! Quero ser um cavaleiro! Mulher de barba não funciona.
QUINCE - É só usar uma mascara e disfarçar a vóz. Vai ser um sucesso!
BOTTOM - Ah! Então deixa eu fazer esse papel, eu mudo a vóz assim, olha....[Vóz fina]Ai Píramo, meu amor, sou sua pequena Tisbe!
QUINCE - Acalme-se, Bottom... Você fará o papel de Píramo e pronto.
QUINCE - Starveling, você vai fazer o papel de Luar. Snout, vai ser o Muro. E eu vou contar o prólogo da peça. Aliás, você, Snug, vai ser o Leão.
SNUG - Leão?
QUINCE - É, leão,
SNUG - Qual é meu texto? Vocês sabem que eu demoro pra decorar.
QUINCE - Mas leão não fala! Você só precisa rugir.
BOTTOM - Deixa eu ser leão também! Ah vai tio, deixa! Quando eu rugir todo mundo vai pedir bis! Por favor tioo!
QUINCE - Não, você é o unico que pode representar Píramo, um personagem muito importante...Tem que ser você.
[Quince distribui os textos]
(Todos combinam se encontrar no bosque, para que ninguém visse o ensaio e estragasse a surpresa que fariam para Teseu)
Capitulo 4.
[Puck aparece no bosque, andando saltitante. Aparece uma fada]
PUCK - Por onde você tem andado?
FADA - Por toda a parte. Trabalho para a rainha das fadas. Faço a grama ficar mais verde e a água mais azul, e coloco um perfume diferente em cada flor. Mas eu vou indo, tenho que ir buscar umas gotas de orvalho. A rainha e todas as outras fadas devem estar chegando...
FADA - O rei fos elfos também virá aqui hoje à noite...Avise a rainha para não lhe atrapalhar...Oberon está furioso com ela.
[Oberon e Titânia chegam, cada um de um lado]
OBERON - Mas que porcaria de encontro!
TITÂNIA - Que azar encontrar esse invejoso! Fadas, vamos embora!
OBERON - Que isso Titânia? Esqueceu que sou seu marido?
TITÂNIA - Não, INFELIZMENTE não esqueci...E sei que você sai de casa disfarçado para namorar outras mulheres toda noite. Pensa que me engana? Por que veio aqui? Ah, aposto que é por causa da rainha das amazonas, que vai se casar com Teseu...Aquela por quem você andou apaixonado, lembra?
OBERON - Você não tem vergonha de jogar na minha cara meu amor por Hipólita, quando eu estou cansado de saber que VOCÊ ama Teseu?
TITÂNIA - Isso é tudo invenção sua!
OBERON - Sei...
TITÂNIA - Não aguento mais! Você fica me perseguindo, com isso, altera as estações, os ventos sopram mais forte, o mar se agita, os rios transboram, e por isso os campos alagados não tem mais pastagens! Isso é culpa das nossas brigas.
OBERON - É muito fácil dar um fim a tudo isso, só lhe peço uma coisa, quero aquele rapazinho indiano para meu pajem. Você sabe quem é!
TITÂNIA - Nem todo o reino dos elfos é suficiente para comprar meu protegido, a mãe dele foi uma grande amiga minha, ela morreu com o nascimento do menino, e é por isso que eu educo ele. Não vou me separar dele de jeito nenhum...Vou ficar nesse bosque até depois do casamento de Teseu. Se você quizer, sem brigas, dançar conosco e participar de nossas brincadeiras ao luar, venha. Se não, SUMA!
OBERON - Mas eu quero o garoto...
TITÂNIA - NÃO!
[Titania sai]
OBERON - Puck!
[Entra Puck]
OBERON - Você lembra daquela noite em que estavamos sentados no bosque de pinheiros?
PUCK - Claro, senhor.
OBERON - Então, naquela noite eu vi uma coisa que você não viu. O Culpido soltou uma flecha amorosa mirando uma sacerdotisa. Mas ele errou o tiro, e a flecha acertou uma florinha branca, que ficou roxa. Essa flor é conhecida como amor-perfeito. Se seu um suco for pingado nos olhos de alguem dormindo, faz a pessoa se apaixonar perdidamente pelo primeiro ser vivo que encontrar ao abrir os olhos. Olha, Puck, quero que você me traga essa flor, eu ja mostrei ela a você uma vez, lembra?
PUCK - Claro! Puck é tão rápido que pode dar uma volta no mundo em 40 minutos!
[Puck sai, Oberon começa a rir]
Capítulo 5.
[Entram Helena e Demétrio, Oberon observando no fundo (invisível)]
DEMÉTRIO - Pare de ficar andando atrás de mim, Helena! Que coisa desagradável! E onde estão Lisandro e Hérmia? Você não disse que eles estariam aqui?
[Helena continua seguindo ele]
DEMÉTRIO - Suma! Saia de perto de mim!
HELENA - Não consigo, Demétrio. Você me atrai como se fosse um imã, e meu coração, de ferro. Pode gritar, mandar-me embora, ou me tratar como um cão...Só peço que me deixe ser mesmo como um cachorrinho, seguindo você por toda a parte.
DEMÉTRIO - Mas o que é isso, Helena? Você está louca? Isso é um absurdo...
[Helena continua seguindo...]
DEMÉTRIO - Volta para Atenas. É perigoso para uma moça ficar sozinha no bosque, ainda mais à noite.
HELENA - Não estou sozinha, você está comigo. E além disso, não é noite, porque, quando olho pra você, vejo a luz do sol.
DEMÉTRIO - Deixarei você sozinha com as feras... Pare de me seguir.
HELENA - Nem mesmo feras tem um coração tão duro quanto o seu...
[Demétrio vai embora. Helena sai correndo entra as arvores.]
HELENA - Vou seguir você de qualquer jeito. Não lhe darei um momento de sossego! Por mais que você me trate mal e faça da minha vida um inferno, perto de você será sempre um céu para mim. Se quiser, mate-me, pois morrerei feliz nas mãos de quem tanto amo..
[Sai Helena]
[Entra Puck com a flor na mão.]
[Oberon pega o amor-perfeito, amassa-o para fazer uma pasta e extrair um suco.]
OBERON - Sei de um lugar lindo onde Titânia gosta de dormir durante parte da noite, quando se cansa das brincadeiras e danças. Vou pingar o suco desta flor nos olhos dela e enchê-la de fantasias... Deixe isso por minha conta... Mas tenho uma tarefa pra você, pegue um pouco desse caldo e procure uma bela dama ateniense que anda apaixonada por um rapaz que não quer saber dela. Quero que você pingue este liquido nos olhos dele de tal modo que a jovem seja o primeiro ser que ele veja ao despertar. É fácil reconhecer o rapaz, por suas roupas típicas de Atenas. Faça tudo com muito cuidado, Puck: quero que ele fique mais apaixonado por ela do que ela por ele...Depois, venha encontrar-me ao raiar do dia
[Sai Oberon.]
[Muda cenário, com Titânia e fadas, Entra Oberon, escondido.]
TITÂNIA - Limpem o terreno para que eu possa me deitar! Não quero inseto algum passeando por perto! Avisem os camaleões, lagartos e serpentes para não se aproximarem daqui! Depois, cantem para que eu adormeça. E quanto descanso, quero vocês todas trabalhando. Boa noite!
[Fadas cantam, Titânia dorme, Oberon se aproxima, expreme o suco da flor nos seus olhos, e declama versos]
OBERON - O que vir ao acrodar
Por grande amor vai tomar.
Urso, lobo, onça, preá,
Seu namorado será...
Durma agora, é noite escura.
Espere que a brisa puta
Lhe traga uma criatura...
[Sai Oberon]
Capítulo 6.
[Entram Hérmia e Lisandro]
LISANDRO - Acho melhor deitarmos um pouco e esperarmos o amanhecer. E devo confessar-lhe uma coisa, Hérmia: estou meio perdido, não poderei encontrar o caminho na escuridão da noite...
HÉRMIA - Não faz mal, meu amor. Acho boa a idéia de dormirmos um pouco. Estas folhas cobertas de musgo estão bem macias. Vamos repousar aqui mesmo.
LISANDRO - Você tem razão, querida. Vou deitar-me ali daquele lado, onde a grama está mais crescida. Boa noite! Durma bem!
[Chega Puck]
PUCK - Até que enfim! Procurei pela floresta inteira! Já ia desistir...Pensei que o jovem ateniense tivesse ido embora e eu não fosse conseguir cumprir a ordem de Oberon. Finalmente, aqui está ele, adormecido, com sua roupa de ateniense...Ah! E ali está a moça! Coitadinha, está dormindo no chão...Ele a deve ter desprezado tanto que a pobrezinha não teve coragem de deitar-se ao seu lado...Preferiu ficar um pouco mais distante...Mas isso vai mudar...Vou dar um jeito já, já...
[Puck pinga o suco nos olhos de Lisandro]
PUCK - Em seus olhos jogo agora
Todo o encanto desta flor.
Nunca mais o amor consinta
Que seu olhar sono sinta.
Desperte, já vou embora,
Acorde quando eu me for.
[Chegam Helena e Demétrio, ela perseguindo e ele mandando embora. Demétrio corre e some. Helena reconhece Lisandro.]
HELENA - Lisandro! Acorde! Vamos, levante! Ai, meu Deus, que será que aconteceu? Será que ele está ferido? Será que alguém o atacou?
[Lisandro acorda]
LISANDRO - Helena, doce Helena! Que felicidade ter diante de meus olhos a maravilhosa visão de seu rosto! Você é a mulher mais perfeita do mundo! Sou capaz de atirar-me ao fogo por seu amor! Onde está Demétrio? Vou liquidá-lo na ponta da minha espada...
HELENA - Não, Lisandro, por favor, não faça mal a ele...Eu sei que ele ama a sua Hérmia, mas não ligue...Ela ama você, isso é o que importa! Você devia ficar contente...
LISANDRO - Contente com Hérmia? Nada disso! Eu me arrependo de cada minuto que passei com ela.. Não gosto de Hérmia... Eu amo você, Helena! Só agora consigo enxergar a verdade... Tudo vem a seu tempo. Eu estava cego... Mas já posso ler em seus olhos as mais lindas histórias de amor que viveremos juntos...
HELENA - Não faça isso comigo, Lisandro! Por que quer me ridicularizar? Já não basta o desprezo de Demétrio? Olhe, Lisandro, você está me ofendendo, me humilhando... Pensei que fosse um cavalheiro, que tivesse mais educação e cortesia!
[Helena sai, chorando, Lisandro sai.]
[Hérmia acorda]
HÉRMIA - Lisandro, socorro! Socorro! Ajude-me a tirar este bicho daqui!
[Sai Hérmia]
Capítulo 7.
[Entram Quince, Snug, Bottom, Flauta, Snout e Starveling]
QUINCE - Aqui está um lugar maravilhoso para nosso ensaio. Podemos usar como palco esta parte mais alta, coberta de grama, e representar diante desta parte mais baixa, como se Teseu e sua corte estivessem sentados na platéia...Estão vendo ali aquela moita? Lá serão nossos bastidores: quem não estiver em cena, ficará escondido lá atrás, esperando a vez...
BOTTOM - Quero dizer algumas palavras...Antes de começar. Há uma coisa nessa história que não vai agradar...Primeiro, é que Píramo vai ter que desembainhar a espada para se matar...
QUINCE - E daí?
BOTTOM - Acho que as mulheres não vão suportar...
SNOUT - É mesmo, elas vão morrer de medo...
STARVELING - É melhor não morrer niunguém no final.
BOTTOM - Sei como resolver isso. É só escrever um prólogo explicando que as espadas não são verdadeiras e que, portanto, Píramo não se mata de verdade. Mas faço questão de uma coisa: quem vai ler o prólogo sou eu mesmo, ja que eu tive a idéia.
QUINCE - Certo, eu escrevo um prólogo para você...
SNOUT - Será que as mulheres também não vão ficar assustadas com o leão?
BOTTOM - Olha, não vamos poder levar um leão vivo para lá. Deus nos livre! O leão é a *ave de rapina* mais terrível que existe...As mulheres vão ficar apavoradas...
SNOUT - Então precisa de outro prólogo dizendo que o Leão não é leão.
QUINCE - Temos que resolver duas outras coisas difíceis. A primeira é como vamos representar o luar dentro da sala onde estaremos encenando a peça porque, como vocês sabem, Píramo e Tisbe se encontram à luz da Lua...
BOTTOM - Já sei! Já sei! Starveling aparece com uma luz na mão e diz que representa o luar.
QUINCE - Ótimo, mas tem outro problema, como vamos mostrar que Snout é um muro?
BOTTOM - É só por gesso ou argila nas suas roupas, e ficar de braços e dedos abertos.
QUINCE - Resolvido.
[Chega Puck]
QUINCE - Vamos, Píramo, fale...Você, Tisbe, chege mais perto.
BOTTOM (Falando sem emoção) - Ó Tisbe, doce sabor têm as flores de dores...
QUINCE - De odores, de odores...
BOTTOM - Ó Tisbe, doce sabor têm as flores de odores
Sinto o seu hálito puro, minha Tisbe adorada...
Mas, atenção, ouço uma voz! Fique onde está.
Eu logo voltarei, minha doce amada!
[Bottom vai para os "bastidores" para esperar sua vez de novo, Puck segue ele]
FLAUTA - Sou eu agora?
QUINCE - Claro! Você não sabe que neste trecho a sua parte começa quando Píramo sai de cena?
FLAUTA - Meu Píramo radiante, de tez como a orquídea alva,
De faces da cor da rossa, olhar de estrela d'alva,
Mancebo dos mais espertos, tão belo como um "plebeu"
Fiel como o mais fiel potro que jamais correu.
Vou, sim, Píramo, encontrá-lo junto a tumba de Nini.
QUINCE - Tuma de Nino...Mas preste atenção, essa ultima frase não é pra dizer agora, é a resposta que você vai dar depois, quando Píramo terminar a outra fala dele....Volte, Píramo! É sua vez!
[Bottom volta da clareira com cabeça de burro]
TODOS/QUALQUER UM - Meu Deus! Que isso?
- Ai, que horror!
- Que monstro!
- Socorro!
- Vamos fugir!
[Fogem todos menos Bottom, Puck ri, e então vai atrás deles]
BOTTOM - Por que estão fugindo? Não gosto desse tipo de brincadeira...
[Bottom começa a cantar]
[Titânia acorda e olha para Bottom]
TITÂNIA - Quem é este anjo que me acordou com sua belíssima voz?
[Bottom não escuta e segue cantando, Titânia se aproxima]
TITÂNIA - Eu lhe imploro, gentil cavalheiro, cante outra vez. Você me encanta de tal maneira que não resisto a proclamar e jurar que o amo.
BOTTOM - Eu acho que a senhora tem razão...Se bem que a razão e o amor sempre andam juntos hoje em dia...
TITÂNIA - Você é tão sábio quanto belo!
BOTTOM - Até que não...Porém, se eu fosse sábio o bastante para sair desse bosque, ja ficaria satisfeito.
TITÂNIA - Não desejo que saia deste bosque! Venha comigo! Colocarei muitas fadas ao seu serviço. Elas farão tudo o que você quiser e cantarão enquanto estiver dormindo...Flor-de-ervilha! Teia-de-aranha! Mariposinha!
[Entram as três]
TITÂNIA - Quero que acompanhem este cavalheiro. Saltem e dancem para distraí-lo e alimentem-no com as frutas mais gostosas que encontrarem. Grão-de-mostarda!
[Entra o elfo]
GRÃO - Salve!
BOTTOM - Prazer em conhece-lo. E você, qual é mesmo seu nome?
TEIA - Teia-de-areanha.
BOTTOM - E você?
FLOR - Chamo-me Flor-de-ervilha.
BOTTOM - Você, acho que seremos grandes amigos, meu bom Grão-de-mostarda.
[Titânia ordena que as fadas levem seu amado para algum lugar mais protegido no interior do bosque.]
Capitulo 8.
[Outro lugar do bosque, Entram Oberon e Puck]
OBERON - Até que enfim! Cumpriu minhas ordens?
PUCK - A rainha está apaixonada por um monstro...
PUCK - Estava no bosque, quando vi o 'grupo de teatro' ensaiando para a peça em homenagem à Teseu perto de onde Titânia dormia. Fui atrás do ator de Píramo.
PUCK - Quando ele saiu de cena, aproveitei a oportunidade: taquei-lhe uma cabeça de burro! Na hora de ele entrar em cena novamente, os outros sairam correndo pra todos os lados!
OBERON - E o tal Píramo transformado, o que fez?
PUCK - Ah, essa é a melhor parte! Ele ficou por ali mesmo, onde dormia a rainha, ela acordou e adivinha só...Ela se apaixonou pelo jumento!
OBERON - Excelente! Foi o melhor do que eu imaginava! E o jovem ateniense?
PUCK - Fiz tudo direitinho, como o senhor mandou, encontrei o rapaz adormecido e cuidadosamente coloquei o filtro nos olhos dele. Como a moça estava dormindo no seu lado, o jovem vai olhar para ela com certeza.
[Entram Hérmia e Demétrio]
OBERON - Silêncio, o ateniense de que eu falei chegou...
PUCK - Sim, a moça é a mesma, mas o rapaz não...
[Invisiveis, os dois observam enquanto Demétrio insiste para que Hérmia o aceite]
DEMÉTRIO - Por que você me rejeita? Eu a amo tanto, Hérmia...
HÉRMIA - Na verdade, eu deveria não apenas desprezá-lo...Eu devia denunciá-lo a Teseu! Olhe, Demétrio, se você matou mesmo Lisandro enquanto eu estava dormindo, aproveite e continue no caminho do crime! Vamos, pode acabar comigo também! Para mim, a vida é inutil sem Lisando! Tenho certeza que alguém o matou! Diga-me, foi você? Se ele estivesse vivo, não iria abandonar-me sozinha no meio da floresta. Disso eu tenho certeza absoluta! Vamos, diga, você o matou?
DEMÉTRIO - EU não matei ninguém, Hérmia! Você, sim, é que me mata, de amor!
HÉRMIA - Por favor, Demétrio, diga-me a verdade, de uma vez por todas. Você o matou enquanto ele dormia, não foi? Sim, porque você só teria coragem de fazer uma coisa dessas à traição...Como as víbora...Uma serpente é menos venenosa do que você!
DEMÉTRIO - Eu lhe juro... Não o matei. Se eu provar-lher, qual será minha recompensa?
HÉRMIA - Nesse caso, você teria o privilégio de não me ver nunca mais...
[Sai Hérmia, Demétrio dorme]
OBERON - Seu desastrado! Que foi que você fez? Estragou tudo de uma vez! Você despejou o filtro do amor nos olhos de um namorado fiel...Você é o responsável pela mudança de um amor verdadeiro! A culpa é sua!
PUCK - A culpa é do destino!
OBERON - Traga a outra garota! AGORA!
[Sai Puck]
[Oberon encanta os olhos de demétrio]
[Entra Puck]
(Puck diz que Helena já se aproximava junto com o outro ateniense em que ele tinha pingado o liquido por engano.)
PUCK - Vamos ver a cena entre eles, senhor?
OBERON - Você não tem mesmo jeito...Está bem. Vamos ver. Mas fique quieto. Com o barulho da chegada deles, Demétrio vai acordar.
PUCK - Vamos ver os dois declarando seu amor ao mesmo tempo...Vai ser engraçado!
[Lisandro e Helena chegam falando alto]
LISANDRO - Eu a amo Helena! Por favor, me aceite!
HELENA - Pare com isso, Lisandro! Você está indo longe demais! Todas essas suas palavras ardentes pertencem a Hérmia, não a mim. Você não se envergonha de me fazer os mesmos juramentos que já fez a ela?
LISANDRO - Eu lhe juro... Estava fora de mim quando fiz isso... Me aceite!
[Demétrio acorda]
Capitulo 9.
DEMÉTRIO - Helena, meu amor, minha deusa! Ah! Como gostaria de beijá-la, minha doce Helena!...
HELENA - Que inferno! Agora vocês resolveram zombar de mim? Se tivessem um mínimo de respeito e cavalheirismo, como pensei que tivessem, não me ofenderiam dessa maneira. Já não basta me detestarem, como sei que me detestam? Se vocês fossem educados, como parecem não me trairiam assim. Não se devem fazer promessas e juras de amor a ninguém quando se sabe que é impossível cumpri-las. Sei mutio bem que vocês dois são rivais, mas no amor de Hérmia. Não sei que graça estão achando nessa brincadeira!
LISANDRO - Demétrio, ela tem razão. Todo mundo sabe que você ama Hérmia. Por que está agora zombando de Helena? Com muita sinceridade, faço questão de declarar, neste momento, que renuncio ao amor de Hérmia, de todo o meu coração. Fique com ela e desista de qualquer pretensão quanto a Helena, a quem amo e amarei até morrer!
DEMÉTRIO - Nada disso, Lisandro. Eu não quero saber de Hérmia. Era Helena quem eu amava desde o inicio e é a ela que volto agora. Se um dia senti alguma coisa por Hérmia, esse sentimento ja desapareceu. E não duvide de meu amor por Helena, para não ter que pagar caro por essa ousadia...
LISANDRO - Ele está mentindo Helena querida! Apenas o meu amor por ti é verdadeiro, nada mais.
[Entra Hérmia]
HÉRMIA - Lisandro! Onde você estava? Faz tempo que o estou procurando... Só agora ouvi o doce som de sua voz, meu amor, e consegui chegar até aqui. Mas por que você saiu de perto de mim?
LISANDRO - Foi o amor.
HÉRMIA - Que amor poderia tirar você do meu lado?
LISANDRO - O amor que não me deixa ficar longe da bela Helena...Por que veio atrás de mim? Não compreende que, se a deixei, é porque detesto você?
HÉRMIA - Você não pode estar pensando assim... (Abalada, começa a molhar seus olhos, sua voz está trêmula)
HELENA - Até você, Hérmia, está metida nessa brincadeira cruel? Como pôde esquecer a amizade que sempre nos ligou?
HÉRMIA - Eu não ofendi você, ao contrário, você é que está me insultando...
HELENA - Quer dizer que você não combinou com Lisandro e Demétrio para que ficassem me seguindo por toda a parte?
HÉRMIA - Continuo sem entender nada.
HELENA - Zombadores! Vou embora daqui de uma vez por todas.
LISANDRO - Pelo amor de Deus, Helena, não vá embora. Deixe-me explicar tudo, minha Helena encantadora.
HÉRMIA - Lisandro, não zombe dela..
DEMÉTRIO - Olhe, Hérmia, se ele não parar com isso, vai se ver comigo...
LISANDRO - Sua força não vai adiantar nada, nenhuma ameaça ou pedido vai mudar o que eu vou dizer: Helena, eu amo você mais do que qualquer um!
DEMÉTRIO - Mentira! Juro que amo você muito mais!
LISANDRO - Prove! Se for capaz!
HÉRMIA - O que é isso, Lisandro?
LISANDRO - Saia de perto de mim! Desapareça da minha vista!
HÉRMIA - Oh, Lisandro, nada neste mundo pode me ferir mais do que ver que você não gosta de mim...
LISANDRO - Nunca falei tão sério.
HÉRMIA - A culpa é sua, impostora, ladra, você me roubou o coração de Lisandro!
HELENA - Agora a culpada sou eu, você não sabe o que diz...Sua falsa! Baixinha!
HÉRMIA - Ah é? Então você conquistou Lisandro exibindo sua altura? Olhe que apesar de baixinha, minhas unhas podem chegar nos seus olhos...
HELENA - Por favor, não, eu tenho horror a violência. Basta! Deixe-me ir embora e deixar vocês em paz.
HÉRMIA - Então vá logo, o que está esperando?
(Lisandro pede para Helena não ir, Demétrio faz o mesmo e os dois voltam à mesma história)
[Sai Helena]
[Lisandro e Demétrio saem aos gritos, a procura de um lugar mais aberto para se enfrentarem diretamente]
Capítulo 10.
OBERON - Viu só o que você provocou? Foi tudo culpa sua. Você está sempre se enganando...Quando não faz de propósito...
PUCK - Dessa vez foi sem querer...
OBERON - Precisamos dar um jeito nisso...Puck, escureça bem a noite, depois faça aqueles dois rapazes se perderem um do outro, imitando a vóz de Lisandro provocando Demétrio e vice-versa. Depois os dois vão dormir, você pingará nos olhos de Lisandro o suco dessa outra erva, que vai quebrar o encantamento. Assim, quando eles acordarem, tudo vai parecer um sonho estranho. Vamos, depressa!
[Puck sai]
[Entram Helela, Lisandro e Demétrio, os três dormem exaustos]
PUCK - Só três? Falta uma...
[Sai Puck]
[Entram Puck e Hermia, Hérmia dorme.]
[Puck usa o liquido da outra erva nos olhos de Lisandro]
Capítulo 11.
[Entra Oberon, escondido]
BOTTOM - Mariposinha! Quero um pouco daqueles trevos de folhas tenras, que crescem na beira do rio. Vá buscá-los para mim...Flor-de-Ervilha!
FLOR - Às suas ordens...
BOTTOM - Estou com vontade de comer um pouco de alfafa...
FLOR - Em um minuto, senhor...
[Oberon chama Titânia]
OBERON - Titânia, você não está exagerando? A rainha de todas as fadas, catando ervinhas pra um imbecil com cara de jumento.
TITÂNIA - Tenha paciencia comigo e com meu amor...
OBERON - É que não gosto de vê-la buscando comida para aquele idiota.
TITÂNIA - Não é nada disso, ele é adorável...Nada mais me interessa...
OBERON - Nem mesmo seu pajem favorito, aquele menino indiano?
TITÂNIA - Não, quer o garoto? Vou mandar que uma das fadas o leve já para onde você quizer.
(Oberon aceita a oferta e pede para que levem o garoto até um pequeno bosque na terra dos elfos)
TITÂNIA - Veja, meu amor! Sente-se aqui junto a mim.
BOTTOM - Onde está Flor-de-ervilha?
FLOR - Aqui, senhor.
BOTTOM - Coce minha cabeça. Onde está você, Teia-de-aranha?
TEIA - Às suas ordens.
BOTTOM - Traga-me um favo de mel...E o elfo Grão-de-mostarda, onde está?
GRÃO - Aqui, senhor, o que deseja?
BOTTOM - Nada, foi só pra incomodar...Agora quero dormir, por favor, não deixe que ninguém me perturbe.
[Os dois dormem, Oberon chega e pinga o liquido nos olhos de Titânia, Titânia acorda]
TITÂNIA - Meu Oberon, tive umas visões terriveis! Achei que estava apaixonada por um asno...
OBERON - Pois ali está o seu amor.
TITÂNIA - Como pode ter acontecido uma coisa dessas?
OBERON - Calma, agora ja passou...Puck, tire essa cabeça dele...Titânia, peça um pouco de musica. Quero que ele e os quatro jovens atenienses que estão durmindo aqui perto descansem profundamente...
TITÂNIA - Música!
OBERON - Vamos, minha rainha. Vamos andando!
TITÂNIA - Sim, meu querido.
PUCK - Senhores, atenção! Estou ouvindo o canto dos passaros anunciando a manhã...
[Saem os três, Ouve-se o som das trompas dos guardas do palácio]
Capítulo 12.
[Entram Teseu, Hipólita e Egeu]
TESEU - Será que passaram a noite na floresta? Quem serão?
EGEU - Esta aqui é minha filha e aquele ali é Lisandro...E Demétrio e Helena...Não entendo o que estão fazendo aqui, reunidos...
TESEU - Na certa se levantaram cedo para participar das festas do dia de São João e, cansados, resolveram deitar-se para dormir...Não era hoje que sua filha devia me dar a resposta sobre seu casamento?
EGEU - Sim.
[Os quatro acordam e vão comprimentando todos]
TESEU - O que está acontecendo? Como é que vocês dois, rivais, agora estão andando juntos?
LISANDRO - Estou meio confuso, naõ sei o que aconteceu. Mas quero contar-lhe a verdade, vim para cá com Hérmia, para fugir de Atenas e, longe das suas leis, nos casar...
EGEU - Basta, Lisandro! A lei será aplicada sobre a sua cabeça! Viu? Queriam fugir!
DEMÉTRIO - É verdade, Helena me contou, eu os persegui, e Helena veio atrás de mim por amor. Depois disso eu não sei explicar. Mas a verdade é que meu amor por Hérmia acabou. Reconheço que meu entusiasmo por sua filha foi algo passageiro. Na verdade, sempre amei Helena.
TESEU - Meus jovens, ainda bem que vocês se encontraram! Meu caro Egeu, eu sei que vou passar por cima da sua vontade, mas acho justo que os dois casais se unam para sempre, casando-se hoje, no mesmo dia do meu próprio casamento...Vamos voltar agora para Atenas.
[Saem Egeu, Hipólita e Teseu.]
HÉRMIA - Sinto como se estivesse acabado de acordar, depois de um sonho...
HELENA - Isso mesmo!
DEMÉTRIO - Vocês tem certeza de que estamos acordados?
[Saem os quatro]
[Bottom acorda]
BOTTOM - Ja está na minha vez? Como é? Ninguém diz nada? QUINCE! SNOUT! SNUG! STARVELING! FLAUTA?
[Sai Bottom]
Conclusão.
[Entra Puck]
- Meus queridos espectadores! Espero que tenham gostado desta história. Mas, se ficou alguma duvida, imaginem que tudo não passou de um sonho...Um belo sonho, que apesar das dificuldades, termina cheio de amor e felicidade...Como um Sonho de uma noite de verão...Que um dia pode se realizar!
***
É "só" isso IUAHEIUAE xD
domingo, 25 de maio de 2008
Prova de português
A matéria
· Gêneros literários
· Gênero narrativo
· Crônicas: conceito e características
· Emprego do ISTO e ISSO
· Pronomes pessoais
· O porquê do travessão, vírgulas, dois pontos, aspas e parênteses.
A revisão
Gêneros literários
· Lírico
***
· Dramático: quando os "atores, num espaço especial, apresentam, por meio de palavras e gestos, um acontecimento". Retrata, fundamentalmente, os conflitos humanos.
O gênero dramático compreende as seguintes modalidades:· Tragédia
· Comédia
· Tragicomédia - Mistura de elementos trágicos e cômicos
· Farsa - pequena peça teatral
***
· Épico: quando temos uma narrativa de fundo histórico; são os feitos heróicos e os grandes ideais de um povo.
Por nos parecer mais didática, adotamos uma divisão em quatro gêneros literários, desmembrando do épico o gênero narrativo, para enquadrar as narrativas em prosa.
Gênero narrativo
Dividido em:
· Romance
· Novela
· Conto
· Fábula
·Crônica
Crônicas
Como todos nós apresentamos naqueles dias nas aulas, são basicamente:
Literárias - Onde o texto não interessa ao grande público, narrando um fato considerado fútil;
Não-literárias - Onde o texto interessa à um grande público, podendo ser publicada em um jornal, uma espécie de notícia com a opinião do autor.
As duas tem fatores em comum, como por exemplo o fato de ambas serem textos breves.
Emprego do ISSO e ISTO
a. Isto: algo que vai ser anunciado.
"Eu impliquei com Isto: seu tom de voz. Pronto."
b. Isso: algo de que já se falou.
"Você fala alto demais. Isso é falta de educação"
Considere ainda que ´isto´ (este, esta) identifica coisas ou fatos próximmos ao falante e ´isso´(esse, essa) coisas ou fatos próximos ao ouvinte, num ato de fala.
"Apontando a menina loira que se pendurava em seu braço, Luís disse ao pai:
- Esta é minha namorada. Ela está grávida."
"Apontando a menina loira que se pendurava ao braço do filho, a mãe falou, bem alto:
- Essa é a sua namoradinha? "
Pronomes pessoais
Pronomes pessoais são aqueles que designam uma das três pessoas do discurso.
Exemplo: Eu fui ao cinema de táxi. (eu = 1ª pessoa do discurso)
Os pronomes pessoais são subdivididos em:
- do caso reto: função de sujeito na oração.
Nós saímos do shopping. (nós = sujeito)
- do caso oblíquo: função de complemento na frase.
Desculpem-me. (me = objeto)
Os pronomes oblíquos subdividem-se em:
- oblíquos átonos: nunca precedidos de preposição, são eles: me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, se, os, as, lhes.
"Basta-me o teu amor. "
- oblíquos tônicos: sempre precedidos de preposição:
Preposição: a, de, em, por etc.
Pronome: mim, ti, si, ele, ela, nós, vós, si, eles, elas.
"Basta a mim o teu amor. "
Pronomes Pessoais:
Número | Pessoa | Pronomes retos | Pronomes oblíquos |
Singular | primeira | Eu | Me, mim, comigo |
segunda | Tu | Te, ti, contigo | |
terceira | Ele/ela | Se, si, consigo, o, a, lhe | |
Plural | primeira | nós | Nos, conosco |
segunda | vós | Vos, convosco | |
terceira | eles/elas | Se, si, consigo, os, as, lhes |
Travessão: Usado em textos para indicar que não será o narrador à falar.
"― Bom dia!
― Bom dia, meu filho."
No meio de uma frase de uma personagem os travessões indicam uma curta intervenção do narrador para, por exemplo, esclarecer qual é a personagem que fala.
"― Matei um homem ― diz Mylia. ― Deixam-me entrar?"
Em qualquer texto, o travessão pode isolar e reforçar a parte final de um enunciado, como se fosse dois pontos.
"Um mundo todo vivo tem grande força — a força de um inferno." (Clarice Lispector)
Ou pode isolar palavras ou frases, como se fosse parênteses. Nesse caso usa-se travessão duplo.
"A sua vista não ia além
Dos quatro muros que a enclausuravam
E ninguém via — ninguém, ninguém —Os meigos olhos que suspiravam."
Vírgula: Usa-se vírgula para separar entre si elementos coordenados (dispostos em enumeração):
"Era um garoto de 15 anos, alto, magro. "
"A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais. "
Usa-se a vírgula para marcar elipse (omissão) do verbo:
"Nós queremos comer pizza e vocês, churrasco. "
Usa-se a vírgula para isolar:
"- o aposto:
João, sujeito ignorante, veio da Paraíba.
- o vocativo:
Ora, Thiago, não diga bobagem."
Dois pontos: O sinal dois pontos tem dois usos principais, como veremos a seguir.
Indicar mudança de foco
Usa-se dois pontos para anunciar a mudança de foco de narrador para personagem ou de narrador para citação. Nesse caso, dois pontos são empregados conjuntamente com travessão ou aspas"Depois de pensar um pouco, ela concordou:
– Está bem. Vou com você."
Delimitar itens de uma aposição
Dois pontos são colocados entre os dois itens de uma aposição, em especial, quando o primeiro item caracteriza uma enumeração e o segundo item traz a enumeração em si. Por exemplo:
A ordem de atendimento é a seguinte: crianças, idosos e, por último, adultos.
Encaixam-se também nesse caso, os períodos em que o primeiro segmento, anterior aos dois pontos, sintetiza o segundo e posterior. Veja um exemplo:
"Conclusão: depois de tanta disputa não temos vitoriosos."
Essa solução é comum em formulários comerciais. Exemplos:
"Nome: Radamés Manosso.
Naturalidade: Curitiba."
Aspas: As aspas são sinais de pontuação usados para realçar certa parte de um texto.
As aspas são usadas para:
- citações
- destacar palavras pouco usadas (palavras estrangeiras, palavras com valor afectivo, palavras com sentido irónico etc.)
- títulos de obras
"São Paulo (maior cidade do Brasil) é uma metrópole de contrastes."
Também usa-se os parênteses em alguns casos para delimitar o segundo item de uma aposição.
"Acontece hoje a sessão inaugural da Organização das Nações Unidas (ONU)."
Quando delimitam intercalações e aposições, os parênteses têm a mesma função da vírgula e correspondem à pausa de valor sintático do discurso oral.
Outros usos especializados podem ser citados, como por exemplo:
Delimitar as referências de uma citação.
"Ao vencedor, as batatas!" (Quincas Borba – Machado de Assis.)
Delimitar o período de vida de uma pessoa.
Carlos Drummond de Andrade (1902 – 1986).
Indicar possibilidades alternativas de leitura.
Prezado(a) usuário(a).
O sinal de pontuação pode ficar interno aos parênteses ou externo, conforme o caso. Fica interno quando há uma frase completa contida nos parênteses. Exemplos:
Eu suponho (E tudo leva a crer que sim.) que o caso está encerrado.
Vamos confiar (Por que não?) que cumpriremos a meta.
Se o enunciado contido entre parênteses não for uma frase completa, o sinal de pontuação ficará externo.
O rali começou em Lisboa (Portugal) e terminou em Dacar (Senegal).
E se cair algo do tipo "funções da linguagem", aqui está:
Função emotiva (ou expressiva)
centralizada no emissor, revelando sua opinião, sua emoção. Nela prevalece a 1ª pessoa do singular, interjeições e exclamações. É a linguagem das biografias, memórias, poesias líricas e cartas de amor.
Função referencial (ou denotativa)
centralizada no referente, quando o emissor procura oferecer informações da realidade. Objetiva, direta, denotativa, prevalecendo a 3ª pessoa do singular. Linguagem usada nas notícias de jornal e livros científicos.
Função apelativa (ou conativa)
centraliza-se no receptor; o emissor procura influenciar o comportamento do receptor. Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o uso de tu e você, ou o nome da pessoa, além dos vocativos e imperativo. Usada nos discursos, sermões e propagandas que se dirigem diretamente ao consumidor.
Função fática
centralizada no canal, tendo como objetivo prolongar ou não o contato com o receptor, ou testar a eficiência do canal. Linguagem das falas telefônicas, saudações e similares.
Função poética
centralizada na mensagem, revelando recursos imaginativos criados pelo emissor. Afetiva, sugestiva, conotativa, ela é metafórica. Valorizam-se as palavras, suas combinações. É a linguagem figurada apresentada em obras literárias, letras de música, em algumas propagandas etc.
Função metalingüística
centralizada no código, usando a linguagem para falar dela mesma. A poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta outro texto. Principalmente os dicionários são repositórios de metalinguagem.
Obs.: Em um mesmo texto podem aparecer várias funções da linguagem. O importante é saber qual a função predominante no texto, para então defini-lo.
Ah... E se alguém lembrar (se houver) outra semelhança entre os dois tipos de crônicas, coloque nos comentários, ok?
xD
Agora, chega disso... Eu vou tomar um banho e descansar agora...
Espero ter ajudado :)
terça-feira, 20 de maio de 2008
PAINTBALL
PERTO DO:BARIGUI
PREÇO:25,00
OBS:PAINTBALL PARA QUEM NÃO SABE EH UM JOGO DE TABULEIRO AONDE QUEM "COMER" MAIS PEÇAS VENCE.
MERDA(HERAR ê UMANO) TO ZOANDO ACHO Q TODOS SABEM O Q EH SE NÃO SOUBEREM APAREÇAM LA Q VOCE SABERÁ
ATE MAIS.
Rappers...
Chega de papo, ao vídeo... Ou melhor... Clipe
segunda-feira, 19 de maio de 2008
Resultado da pesquisa.
Oh não! Um filme pirata!
(música animada)
Menino entra na cozinha segurando um caderno. Sua mãe prepara o jantar.
Pai chega em casa.
- Chegue-ei!
- Olá, papai!
- Oi, como vai o meu campeão?
Pai beija e abraça o filho. Vai até a esposa e a beija.
- Olá, meu amor! Como foi o seu dia? – diz ela.
- Bem!
Pai acaricia a cabeça do filho e pega uma caixa de dvd na mala.
- Olha o que o inteligente do seu pai comprou pra você: um filme pirata!
Filho faz cara de feliz.
- E ainda não chegou aos cinemas, hein?!
- Que legal, papai!
Mulher faz cara de desaprovação.
Filho se anima e fala:
- Quer saber uma coisa?
- O quê? – diz o pai.
- Eu também sou muito inteligente!
- Ah, você é?
- Sou!
O pai puxa um banco e senta.
- Porque? Vejamos, me conta.
Filho abraça o pai.
- É que tirei nota 10, super-pirata!
Mãe olha surpresa. Pai estranha.
- Como super-pirata?
(música cai)
Filho pega prova entre o caderno.
- É que copiei a prova do Luiz, uma amigo meu. Olha, 10!
(silêncio)
Pai se indigna e pergunta, franzindo a testa:
- Como assim "copiei a prova do Luiz"?
(música estranha)
- Ué? Tirei 10, pirata. Como o teu filme aqui.
(cor vai embora)
Pai olha pra mulher que o desaprova e condena com o olhar.
(som de espectros do mal)
Pai olha pra baixo percebendo a culpa e o erro.
(som agudo)
"Os filmes piratas tem imagem ruim. Mas a sua como pai fica ainda pior. O que você está ensinando a seus filhos?"
(som agudo)
Meu, olha a cara do moleque